No dia a dia, nossa vida passa por constantes
transformações. Estamos sempre mudando, bem como nossos sentimentos, nossa
maneira de pensar e de agir. Nada é igual ao que era a um segundo atrás. Se
você parar e refletir, acredito que nem reconheceria mais a pessoa que foi a
alguns anos. Tudo era diferente, suas metas, seus planos, as pessoas das quais
você se relacionava. Algumas delas se afastaram sem motivo, e até mesmo sem querer.
Outras só te atrasavam e, graças a Deus, você conseguiu se livrar. E talvez,
meia dúzia ou menos de amigos verdadeiros, ainda façam parte do seu presente.
Com tudo isso, vai chegar o dia em que você vai se sentir
perdido em meio a tantas novidades, a tantos acontecimentos e a um tempo
implacável que não para e não dá arrego pra ninguém. Querendo ou não, você vai
ter que deixar de lado a agenda lotada, os compromissos, os afazeres. Vai ter
que parar tudo o que estiver fazendo no momento e se reavaliar, porque a
confusão e a bagunça mental vão te implorar por isso. Parece algo tão pequeno e
insignificante se desligar de tudo por alguns segundos e pensar em si mesmo,
né? Afinal, o costume é sempre fazer tudo pelos outros e, se for possível (e
que ironia, nunca é), tirar um tempinho pra você. Pra descansar, pra relaxar,
pra fazer o que realmente gosta. Pra se perguntar até que ponto vale a pena
tantos sacrifícios, seja pelas pessoas que ama, seja pelo seu trabalho ou por
qualquer outra coisa.
Você vai vivendo, vai relevando tudo de todos, até que a
vida te cobre essa falta de amor próprio. E eu posso garantir, ela cobra bem
caro. Eu aprendi isso da pior maneira. Aprendi isso a base de rasteiras e muito
murro na cara. Doeu, doeu sim. Doeu ver pessoas das quais eu tanto considerava,
indo pra frente e me deixando pra trás. Doeu ver tanta gente feliz, se realizando,
enquanto eu permanecia intacta, estacionada, sem progredir. Não sentia inveja, nada
disso. Era apenas a dor de passar a vida inteira me diminuindo, me deixando em
segundo plano e fazendo das tripas coração, somente para satisfazer desejos
alheios. Durante algum tempo, eu perdi minha identidade. Fui alguém que eu não
era, que eu não concordava, que eu não queria ser. Me moldei aos padrões de uma
sociedade hipócrita, para agradar outras pessoas. E não ganhei absolutamente
nada com isso. Nada além das lições e aprendizados que vieram de brinde com as
decepções. Nem mesmo um obrigado me foi proferido.
Como eu disse, a vida cobra, machuca, não quer saber se você
fez o que fez com boas intenções ou não. Por outro lado, ela ensina. Só não
aprende quem não quer. Mas claro que não é todo mundo que precisa quebrar a
cara primeiro, geralmente, quem sabe ouvir bastante e falar pouco, quem sabe
enxergar ao redor e não se deixar levar demais pela emoção, consegue se
equilibrar e viver melhor.
Eu aprendi, do meu jeito. Cada um tem o seu. Mas eu garanto
que independente da maneira que for, isso vai fazer de você uma pessoa mais
forte e corajosa. Você finalmente vai entender que dizer um “não”, não
significa ser egoísta, não significa amar menos alguém. Significa, apenas, ser
prudente. Significa não se deixar tratar como um objeto qualquer, sem valor
algum. Significa saber a hora certa de ceder. E se ainda assim você achar que
isso te torna uma pessoa ruim, acredite, ser ruim às vezes é necessário, é essencial.
Ou você se impõe ao mundo, ou se torna um nada dentro dele. A escolha é sua.
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Amei o texto!
ResponderExcluirSimplesmente consegui me conectar a cada sentimento descrito. E tenho certeza que contempla uma enorme parcela da nossa geração que sente o mesmo que nós.
De verdade, eu amei.
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